sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O demônio apaixonado

Eu evoco o seu nome. É quase uma prece, é quase uma oração. O som que sai dos meus lábios ainda rubros é só e apenas o teu nome, como um pedido que exala do peito, onde outrora sua boca habitara com prazer.
Mas não há nada aqui além de uma breve lembrança que traz a tona um gosto libidinoso, que persegue meu íntimo e me faz pesar as têmporas.
Me deem o direito da eutanásia ou ao menos tragam logo um desfribilidor para me reavivar, pois já não reside nesse corpo mais nenhum outro fluido se não a saudade, a dor e esse desejo lascivo de estar entre seus braços fazendo de mim feliz por apenas mais alguns instantes.
Caros leitores, a esta altura, pelo estado em que me encontro, é fácil perceber a razão pela qual "peito" - agora  na minha cabeça - apenas rima com "putrefeito", mesmo sabendo que "perfeito" deveria ser o adjetivo certo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A pequena confissão

Talvez seja loucura admitir, mas eu ando tendo uma rotina de pensamentos que me fazem beirar algo que talvez seja ridículo, mas não sou só eu, todo mundo já deve ter sentido isso. 
Quando digo "isso", refiro-me a querer parar o tempo, de não deixar mais nenhum segundo passar e parar bem aqui nesse ano, nesse dia, nessa data, não nessa mesma ação (que no caso agora é escrever), mas parar só o tempo, porque de vez em quando eu sinto que o tempo corre mais rápido que eu. E eu não só sinto, é fato, é verdade. 
Talvez eu ainda não tenha feito entender que eu quero parar apenas a contagem dos segundos, cortar o efeito das células que morrem, manter a juventude, deixar os corpos estáticos, sem expectativa de ver a morte chegar. É até uma pequena utopia minha, isso da morte nunca chegar e isso da velhice também não, crescer só em coração e mente, aperfeiçoar o intelecto, o físico e o emocional, e conservar isso tudo usufruindo sem ter tempo nem momento para acabar. Talvez eu possa chamar isso de querer ser deus.