domingo, 26 de abril de 2015

PRODITÓRIO

Abrir os olhos com toda essa luz
A princípio, machuca
Tudo se preenche com luz, com verdades
e deixar minha quimera e o meu mundo ideal é doloroso

Aqui, sinto o sangue correr rapidamente
Insatisfação corre pelo meu corpo
Cigarro após cigarro
Amaldiçoando um dito popular

No limbo das minhas próprias decisões
Não sei se nos teus abraços oníricos
Não sei se no teu colo de perfídia

Mas é aqui que estou
Apesar de tudo, 
Vulpina dessa história.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

PALAVRAS

Guardo uma a uma todas as tuas palavras
até as palavras que não dirigistes a mim,
mas a outras.
Estas,
inclusive,
são as mais importantes,
pois é nelas que encontro toda a incoerência do teu discurso.
Mantenho todas elas em uma pasta como um dossiê, 
que só revelarei no dia de teu julgamento
(e neste dia eu bem sei como você tentará se defender de cada prova).
Porque sei ler pessoas,
sei ler você,
sei ler intenções,
sei ler o que há por trás das palavras.
E não me diga que não há ciência ou raciocínio lógico
Não é um simples engano de esposa paranoica 
julgar que há mais nas palavras do que elas foram ditas
há todo um contexto por trás do que é dito 
e se você tivesse um pequeno conhecimento do assunto
saberia que tentar me enganar é um esforço em vão
(são anos de estudos e leituras)
Mas eu te entendo,
é o único argumento que te resta.
Sem ele, você não tem nenhuma defesa.

Guardo todas as palavras,
principalmente as que li secretamente.
Engulo todas elas
e mais alguns comprimidos.