Enquanto o dia nascia e o sol se colocava como visível no horizonte, ainda pequena, contava nos dedos e no calendário da cabeça que lua seria, mas consigo mesma pensava que era besteira acordar pensando na lua, já que da noite ainda estava longe. Então se levantava e ao mesmo tempo que escovava os dentes, olhava para a madrugada que ia embora.
Mas os dias eram sempre tão bobos, tão normais, meio infelizes, às vezes tão sem nenhum propósito, e ela sabia que não era uma pessoa que vive, mas sim uma pessoa que só vive e nada mais. E a vida não é assim, ela precisa do canto dos pássaros, do sussuro das folhas dançantes pelas árvores ou dos estalos da areia quente e latejante que contrasta úmida quando beira o mar.
Ao decorrer do mesmo dia, ora fazia sol, ora chovia, não entendia e sem perceber que o dia acabava, mas vendo o sol cair por trás de sua casa, a lua chegava na varanda e seus sonhos deitavam no chão, observando aquelas estrelas sem saber o nome daquelas constelações.
E ao mesmo tempo que o céu inteiro passava por sua cabeça e a lua minguante sorria, a menina pensava e dava bronca em si mesma:
- Calma, calma, calma, tu és menina, mas não se esqueça de que o tempo também passa.
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