quarta-feira, 26 de maio de 2010

Eles dois

Os dois que caminhavam juntos, seguindo uma estrada sem fim, atordoando e atormentando a quem menos e a quem mais se preocupava. Tão infinitos quanto o caminho, tão empoeirados quanto a maleta de confusões que pertubava meu destino, tão inspirados em filmes, estações do ano. Eram dotados de cores e folhas, caminhavam harmoniosamente transformando caoticamente a música em lágrima e os batimentos partidos cardíacos em versos de tristes canções.
Esses dois que não perdoavam ninguém, nem a si mesmos, sempre alternando entre si, sempre alternando entre outros. Eles não dizem "amém" e que fazem isso apenas pra rimar, eles não perdoam ninguém, porque cada rima nesse caso é parte de um processo decisivo e lento, como se fosse uma dança que dura e a cada passo que se alonga, machuca mais a mim.

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