sexta-feira, 25 de junho de 2010

Do diário n°5

Nem ia sair de casa, não tinha a mínima disposição, mas se arrumou e colocou a melhor roupa. Enquanto colocava perfume, imaginou ele lá, como na festa do dia 1° de dezembro. Costumava lembrar disso de vez em quando. 
Quando saiu, nem o viu de cara, mas já na madrugada, viu aquele sorriso sutil, aquele copo de uísque, que ainda não a avistara. Bateu tão forte o coração, lembrou de todas as emoções de uma vez só e não sabia se o cumprimentava, ou não.
''Nunca deixei de fazer nada que eu quis'', pensou. Mas também dizia-se que essa coragem instantânea era efeito da 6ª caipirinha da noite. 
Foi. Conversou. Riu. E pode parecer uma coisa exagerada de se dizer, mas parecia que se jogava em uma moita de espinhos, onde a carne cortava com os arrepios tristes de raiva, por nunca ter sido negada. Então se beijaram. Houve um beijo e ela foi embora.
''Bem, você sabe, teria sido bom se a gente tivesse namorado. Muito bom...'' Não aguentava e sabia que havia sido uma boba pensando que ele iria voltar como eram há 3 meses e iriam ficar juntos. Chegou em casa, tirou o salto e o olho delineado encheu-se de lágrimas. 
A história inventada por ela mesma, a falsa paixão, finalmente tinha um último beijo, um ponto final.

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