segunda-feira, 25 de abril de 2011

A tristeza VI

E naquela madrugada você me acordou e perguntou se eu era tua, tu disse que tu era meu, mas tu já sabia onde isso ia chegar - lugar nenhum. E parece que eu nunca fui tua, que nunca pude ser, que nunca pude nem oferecer o que tu precisava, mas mesmo que eu pudesse, talvez eu nunca fosse capaz, nunca soubesse como te pertencer. E ainda não sei. Ainda não sei como é estar contigo. Parece que nunca passei segundo nenhum contigo. Parece que tu é apenas uma ideia, como o meu gato imaginário Platão ou como os bebês que eu sonho toda noite. Parece que eu não consigo mais trocar uma palavra que seja contigo e por isso, parece que o meu amor fica bem mais confortável enquanto eu desejo coisas e penso e entristeço antes de dormir. Você não é amor como nas histórias que se vê nos livros e na tevê, é tão diferente, parece ser tão imutável, tão racional e anti-romântico - perto de todos aqueles heróis apaixonados. Talvez não seja porque você não seja um herói, mas só não é apaixonado. O maior de todos os não-apaixonados. Que ridícula essa merda que eu escrevi.

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